Meses antes, quando conquistaram a América, mal podiam imaginar o que o futuro os reservara. O ano de 2006 mudaria para sempre a história daquela instituição e daqueles afortunados jogadores que a representavam.
***
Milhares de jogadores passam todas as décadas e nem uma dúzia deles será lembrada com idolatria pelas gerações futuras. Poucos conseguem cativar e emocionar o torcedor. Menos ainda são os que choram pelo clube. De coração.
Não é fácil, sem dúvida. Primeiro ajudar a construir e depois viver acima da maior rivalidade do futebol brasileiro. Nunca li nenhuma referência negativa ao cidadão responsável pelo milésimo gol da história do clássico Grenal. Absolutamente nenhuma.
***
Fernandão morreu. Os heróis também vão. Fernandão era o líder de um povo que, em sua chegada, amargava doze anos sem conquistas expressivas. O gol mil dos Grenais logo em sua primeira aparição trajando vermelho era um prenúncio avassalador do que estava por vir.
Fernandão foi o símbolo de um time roubado em 2005. Foi o ícone de um clube que voltou a ser gigante em 2006. Que desbravou a América e o mundo pela primeira vez. Que seguiu sua saga de conquistas continente afora pelos anos seguintes.
***
Fernandão também decepcionou, é verdade, afinal de contas falamos de um ser humano. Fez jogos ruins, foi vaiado e teve uma campanha fraca como treinador. A história não se apaga. Mas ele jamais será lembrado pelas decepções.
Heróis são lembrados pelas conquistas. Por grandes feitos. Por soltar o grito preso na garganta de um povo havia quase cem anos, lá em 2006, quando a taça da Libertadores da América foi levantada pela primeira vez. Por liderar aquele time e aquela torcida às maiores conquistas que alguém pode obter no futebol.
Heróis viram símbolos.
***
Fernandão é um herói, logo, é um símbolo. É, não "foi". Ele morreu, mas segue vivo na história. Nunca mais vai gritar. Nem falar. Nem ouvir e muito menos assistir a um povo chorando de alegria graças aos feitos dele próprio.
Mas seu nome será lembrado para a eternidade. Fernandão será sempre mencionado, com respeito e admiração, como aquele que conduziu um povo às suas maiores glórias.
Sua mensagem foi deixada até mesmo nos seus últimos segundos de vida. Não foi um Barcelona que o fez cair. Não foi um zagueiro de seleção. Nem sequer a queda de um helicóptero fez Fernandão desistir. Ele disse adeus no caminho ao hospital. Mais uma vez Fernandão não queria se entregar.
muito bonito cristiano obrigado pela homenagem ao nosso eterno capitão
ResponderExcluir